Entre a espora e o chapéu

"Que importa o mundo ser grande para quem vive a lo léu guardando cada recuerdo como se fosse um troféu vendo que a vida é mais linda entre a espora e o chapéu"

Trecho da letra de "Entre a Espora eo Chapéu" de Marco Pires, Raquel Pires e Alex Barcellos.

Radio Terra Gaúcha

domingo, 24 de maio de 2009

Alex Barcellos

Parceria que começou há muitos anos atrás nas rodas de mate e de guitarra junto a um fogo de chão onde acolherava-se versos eternizando homens, suas lidas, e seus fletes e tudo aquilo que o campo tem a ensinar e nos dar de bom.
No ano de 2004 expandimos nosso trabalho alem dos festivais eternizando no CD “do litoral a fronteira” do nosso grande amigo Alexandre Taveira. Nas musicas De quem tem cachorros buenos, Quando renasce um cavalo e Um regalo pra Dom Cassiano
Amizade cincera é a formula desta parceria que sempre estará disposta com um lápis e um violão na mão eternizando aqueles que seguem firme no lombo de seus fletes, sem afrouxar jamais e levando sempre nossa cultura adiante. Pois sempre foi um prazer ser amigo de um taura como este.

Marco Aurélio Pires

sexta-feira, 15 de maio de 2009

DE QUEM TEM CACHORROS BUENOS


















A tropa segue o assovio
E a chuva encharca a carcaça
Força polianga de essência
Que na primavera se alça
E touros florões de tropa
Semblante estampa da raça

O rodeio froxa o garrão
Na invernada do araçá
Pingo crioulo no freio
Filho do Bt butiá
E flores que desabrocham
No miolo do gravatá

A cachorrada ovelheira
Ponteia o gado na estrada
Cruzado no lamaceiro
Banhado passo e picada
E a tropa segue marchando
Com graxa que vem da invernada

Uma polianga aça a cola
Cruzando no aguaceiro
Direito a várzea encharcada
Berrando pelo terneiro
E dois ovelheiros alertas
Prenunciam o aparte campeiro

Um taura ao ver esta imagem
Se diverte com o regalo
Quem já tropeou neste mundo
Compreende o assunto que falo
Pois quem tem cachorros buenos
Jamais sua seus cavalos

A Dom Luzardo Pires


“Ao ver este baio encilhado
Dou rédeas ao pensamento
E canto par um homem simples
Mais livre que o próprio vento
A dom Luzardo Pires
Remato o ultimo tento”

Enxergo os teus apeiros
Se rececando nos ganchos
Revejo tua imagem simples
Na figueira frente ao rancho
Saudades trago no peito
E ao te cantar me desmancho

Relembro o fogo de angico
Aquecendo o pago inteiro
E as tranças que fizestes
Me ensinando o oficio campeiro
Que guardo junto comigo
Para ensinar nosso herdeiro

Que sina pra quem trançou
A vida numa só trança
Fazendo rédeas e laços
Tirador chapéu de pança
E deixou para história
Seus apeiros de lembrança


Às vezes me paro inquieto
Perguntando ao pai celestial
Porque te levou tão cedo
Pra cumprir um ritual
Fazer maneadores e lóros
Ou domar algum bagual

Estas perguntas terão
Que ser respondidas um dia
Quando eu me for pro céu
Com um sorriso de alegria
Cevando um mate novo
Que há muito tempo eu queria